domingo, 29 de julho de 2012

"Acabo de despertar..."

Foi o que disse a rosa do Príncipe, eternizada por Saint-Exupéry.*

Incentivada pelo melhor esposo do mundo - que obviamente sabia que há anos atrás eu queria ter seguido este caminho - e apoiada por minha querida sogra, costureira impecável, finalmente iniciei aulas de costura há cerca de 6 meses atrás ou um pouco mais.

Nem preciso dizer que tudo isso me deu um frio enorme na barriga... Sem querer querendo imaginava onde tudo isso ia parar. Se tudo desse certo.

Retomar planos depois de tantos anos! Quem me conhece há muito tempo sabe que desde meus 14 anos, quando a profissão de estilista nem era tão conhecida por aqui e a indústria da moda ainda não tinha essas proporções no Brasil, eu já queria tanto seguir por este caminho que nem sequer havia cogitado um plano B. E também sabe que tudo desandou na época e acabei seguindo outra profissão.

Ah, a Providência Divina... Não conheço nada mais pontual que isso.

Hoje olho pra trás e enxergo o quanto mudou o essencial, o mínimo a ser transformado em mim, pois graças ao Boníssimo Deus não faria hoje as coisas que desejaria ter feito outrora. E certamente, se tivesse mergulhado naquele ambiente, naquela época, com os ideais tão equívocos, não teria a família linda que tenho agora - quiçá qualquer uma - entre outras coisas que dinheiro nenhum do mundo pode substituir.

Ora, mas por que ainda essa opção depois de tantas mudanças?

É importante esclarecer isso. É para mim, não um caminho, mas um instrumento.  Não um fim em si mesmo, mas um meio.

O que sempre me fez admirar a moda é a forma como ela automaticamente comunica algo. Por falar nisso moda vem do latim "modus", que significa modo, forma, uso, maneira de fazer, de dizer. E de fato, as vestimentas sempre dizem alguma coisa: valores, reflexo do período histórico, distinção social, organização, ordenação dos sentimentos ou caos, et cetera.

É a exteriorização daquele que você vê, uma fotografia interna. 

E mais: um constante registro da evolução ou decaimento das civilizações, que nada mais é do que o reflexo da paz ou conflitos travados dentro das almas dos homens, pois como disse o venerável Arcebispo Fulton J. Sheen: "Nada acontece no mundo exterior que não haja primeiro acontecido dentro duma alma."

Assim sendo, desejo utilizar dessa via de comunicação para disponibilizar, mostrar que existem formas de se repensar coisas que precisam ser repensadas, maneiras de resgatar a exteriorização da beleza atemporal da alma, de forma a preservá-la. 

Porque, gente... Hoje está demais, né? No pior dos sentidos.

O objetivo primeiro da arte e da música era de elevar o homem a Deus - e não rebaixa-lo aos instintos animais como temos amargamente presenciado.

Eis, então, o objetivo em utilizar-se da moda: valorizar o corpo no sentido são da palavra. Colaborar para que a mulher valorize-se e ame-se pelo que é e não pelo que o inconstante e subversivo mundo quer que ela seja.

Em outro ângulo: um guarda roupa atemporal e elegante em qualquer ocasião para libertar a mulher da perturbação do fast-fashion desenfreado e dos valores transviados.

Vamos retomar o controle, porque a moda está para nós, não estamos nós para ela. Deus nos dá sabedoria para controlarmos, enquanto nos cabe, os meios para atingir o reto caminho. E não sermos controlados por eles.

Vamos utilizar a moda, como tudo na vida: com bom senso e sabedoria!

E fazer com que ela retome seu lugar de direito: [no mínimo] o segundo, terceiro plano, quarto plano.  Sim, você leu direito.

Porque a mulher de valor tem tantas coisas mais importantes para se preocupar que deve se libertar da equívoca importância prioritária que atualmente isso tem. E ainda assim, continuar despreocupadamente elegante, por seu dever de estado. E ainda assim refletindo, aliviada, sua maturidade em relação à realidade que a cerca.

Essa é minha proposta daqui pra frente.

Convido todos a, aos poucos, conhecê-la.

Cordialmente,

T. d'Amore Konorat



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* Em sua tão conhecida obra: O Pequeno Príncipe, 1944.